Inteligência Artificial (IA) e Inovação na Indústria Farmacêutica

Nos anos 60, quando a televisão ainda engatinhava como veículo de comunicação, a série de animação Os Jetsons (https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Jetsons) divertia espectadores pelo mundo, mostrando uma rotina doméstica tecnológica e muito futurística. No desenho animado, a família Jetson conversava através de videochamadas, se locomovia em propulsores a jato (Jetpacks), ia trabalhar em carros voadores e transportava compras em drones. Eles também limpavam a casa com aspiradores robôs, se alimentavam com comidas produzidas por impressoras e, nas férias, viajavam pelo universo. Na época, essas situações pareciam uma realidade muito distante, mas hoje vemos que elas já fazem parte do dia-a-dia até das crianças.

Se, por um lado, a sociedade leva 30 a 50 anos para dar grandes saltos evolutivos, o ritmo do desenvolvimento tecnológico é infinitamente mais acelerado e, por vezes, espantoso. Difícil é acompanhar as inovações, que surgem em espaços de tempo cada vez menores, como 3 a 5 anos, por exemplo. Hoje temos programas como o Chat GPT, que escreve textos sozinho, relógios que pagam contas, pulseiras que mapeiam DNA e avaliam o nível de stress do usuário, além de anéis que medem a quantidade de oxigênio no sangue. No ambiente doméstico, temos geladeiras que avisam ao consumidor quando deve fazer compras e cobertores com controle de temperatura. Sem falar na Alexia, que acende as luzes e liga os aparelhos da casa, seleciona playlists e interage com o usuário, como se conversasse com ele.

Obviamente a internet das coisas (IoT) afetará o mercado de trabalho, mas sempre haverá espaço para a criatividade. Em seu artigo CENÁRIOS 2015-2100 – Um século em quatro atos*, o Prof. Paulo Vicente Alves, da Fundação Dom Cabral, argumenta que profissionais criativos, que saibam lidar com gente e resolver problemas, têm espaço garantido no futuro, apesar de toda robotização (*disponível no link https://www.fdc.org.br/conhecimento/publicacoes/livro-34120).

Mesmo a tecnologia mais inovadora precisa de mentes humanas pensantes, que possam programá-la. Com isso, profissionais das áreas de Marketing, Vendas, Gestão de Projetos, Política, Estratégia, Empreendedorismo, Pesquisa e Desenvolvimento, Gestão Financeira, Arte e Comunicação sempre terão espaço para trabalhar.

A Indústria Farmacêutica acompanha a tendência inovadora, se beneficiando igualmente da IA. As novas tecnologias são importantes, porque têm o potencial de melhorar a qualidade de vida das pessoas em diferentes segmentos, mas tudo depende de como são usadas. Nessa indústria, a IA permite otimizar e agilizar processos, o que acelera a tomada de decisões, melhora os resultados e faz as empresas se destacarem da concorrência. Recursos de IA também podem – e devem – ser utilizados em operações, integrados à internet das coisas (IoT). Com isso, dispositivos e maquinários ganham soluções inteligentes, a fim de otimizar a linha de produção. 

Desenvolver novos medicamentos é algo longo e caro, que muitas vezes dura mais de uma década e consome bilhões de dólares, até chegar ao mercado. A IA acelera esse processo, auxiliando na análise de grandes quantidades de dados, na modelagem de proteínas, na simulação de fármacos e na otimização de ensaios clínicos. Além disso, é capaz de analisar grandes bancos de dados, de literatura científica e de estudos clínicos, o que acelera o tempo necessário para a fase inicial de descoberta. Na etapa de ensaios clínicos, a IA ajuda a identificar candidatos para os testes, prevendo quais pacientes têm mais probabilidade de responder a uma certa terapia. Com isso, os ensaios se tornam mais eficientes, com menor tempo de realização e menos recursos investidos.

O uso dos algoritmos tem transformado a personalização de tratamentos numa realidade, ao identificar tratamentos específicos e mais eficazes para indivíduos, com base em seu DNA. Esse recurso melhora os resultados dos pacientes e reduz efeitos colaterais desnecessários.

Apesar das vantagens, a IA tem grandes desafios éticos e regulatórios. A transparência nos algoritmos, a privacidade dos dados dos pacientes e a necessidade de uma forte regulamentação são questões importantes, para garantir que esses recursos sejam usados de forma responsável na área farmacêutica. A aplicação da inovação e da IA no setor pode transformar a descoberta, o desenvolvimento e a distribuição de novos medicamentos. Os recursos da IA têm grande potencial para melhorar a eficiência e a eficácia dos tratamentos, podendo desempenhar um papel crucial na próxima geração de cuidados de saúde. Os benefícios para pacientes e para a indústria farmacêutica podem ser enormes. Vamos torcer para que autoridades, organizações e usuários consigam aplicar os recursos da IA de forma sábia e benéfica para todos.

Fontes:

https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/inteligencia-artificial-na-industria-farmaceutica,11c6456cb1737810VgnVCM1000001b00320aRCRD

https://digital.futurecom.com.br/o-futurecom/tendencias-tecnologicas-emergentes-o-que-esperar-para-2030?gad_source=1&gclid=Cj0KCQjwkdO0BhDxARIsANkNcrdS0jjTBWb0XHnFC073QykJLkkSpxAICAwFEhi-FYSEsDT2UCWIP1UaApXfEALw_wcB

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