Na semana que se comemora o Dia do Atleta Profissional, 10 de fevereiro, nosso blog aborda o uso de medicamentos no esporte. Usamos medicamentos no tratamento de condições de saúde, mas atletas também recorrem à medicina em busca por desempenho no esporte.
O correto manuseio e armazenamento de medicamentos preservam sua eficácia e garantem a segurança dos usuários. No caso dos atletas, é importante evitar substâncias proibidas, que podem causar sérios danos à saúde, além de comprometer sua carreira e integridade física.
Observar a temperatura e condições específicas de armazenamento é uma das boas práticas com relação a medicamentos. Alguns devem ser mantidos em locais frescos e secos, enquanto outros exigem refrigeração. É muito importante verificar sempre as instruções na embalagem. Outro cuidado a ser observado é a validade do medicamento, uma vez que vencidos eles podem perder a eficácia e causar efeitos adversos.
A automedicação é um dos maiores riscos à saúde, especialmente para atletas que buscam otimizar seu desempenho sem orientação médica. O uso incorreto de medicamentos pode levar a complicações graves, como intoxicações e efeitos colaterais indesejados.
Medicamentos também devem ser armazenados em locais seguros, em ambiente limpo e organizado, longe do alcance de crianças e animais. Isso evita a contaminação ou a ingestão acidental de substâncias erradas.
Ao manipular medicamentos, as mãos do usuário devem estar limpas e secas, sobretudo se o produto for administrado de forma intravenosa ou injetável. No caso de comprimidos, evitar o contato direto com os dedos pode ajudar a manter sua integridade.
Como falamos no início desse artigo, algumas substâncias são proibidas para atletas, para cumprir as normas das organizações antidoping e proteger sua saúde. A relação de substâncias proibidas é determinada por entidades como a ABCD – Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (https://www.gov.br/abcd/pt-br) e a WADA – Agência Mundial Antidoping (https://www.wada-ama.org/en).
A lista de medicamentos e substâncias proibidos para atletas inclui esteroides anabolizantes, EPO (eritropoetina), diuréticos, narcóticos, analgésicos opioides e o hormônio de crescimento (GH). Esteroides anabolizantes são substâncias sintéticas usadas para aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho dos atletas, mas podem causar problemas hormonais e cardíacos.
A EPO (eritropoetina) é utilizada para aumentar a produção de glóbulos vermelhos, que pode melhorar a capacidade de transporte de oxigênio. Ela é associada, porém, ao aumento do risco de formação de coágulos sanguíneos e problemas cardíacos. Diuréticos são usados para reduzir o peso rapidamente, mas podem levar a desidratação severa, à desregulação dos eletrólitos no corpo e colocar a saúde do atleta em risco. Por fim, embora narcóticos e analgésicos opioides ajudem a controlar a dor, esses medicamentos podem mascarar lesões graves, tornando os atletas vulneráveis a maiores danos.
O hormônio do crescimento (GH) é proibido no esporte, quando não indicado por um médico e seu uso pode ser muito prejudicial à saúde do atleta. Também conhecido como somatotropina, essa substância desempenha um papel fundamental no crescimento, no metabolismo e na regeneração celular.
Embora o GH tenha benefícios para pessoas com deficiência em hormônio do crescimento, seu uso inadequado, especialmente em atletas, pode resultar em uma série de complicações. Algumas delas são a acromegalia, distúrbios metabólicos, problemas cardíacos, câncer, além de dores musculares e nas articulações.
A Acromegalia é o crescimento excessivo de ossos e tecidos moles, como mãos, pés e mandíbula, que causa deformidades físicas e dificuldades funcionais. O uso excessivo de GH pode causar resistência à insulina, desenvolvimento de diabetes tipo 2 e outros problemas relacionados ao metabolismo da glicose.
O uso inadequado do GH também pode aumentar o risco de hipertensão (pressão alta) e de problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca. Esse hormônio pode, ainda, aumentar o risco de alguns tipos de câncer, inchaço, dores musculares e nas articulações e tecidos moles, dificultando o movimento e aumentando o risco de lesões.
Como informado acima, a ABCD – Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem proíbe o uso de GH aos atletas sem prescrição para atletas. Ao desconsiderar essa proibição, esportistas podem enfrentar sanções severas, como desqualificação e perda de medalhas. O uso dessas substâncias proibidas deve ser evitado a todo custo, pois seus prejuízos à saúde podem ser irreversíveis. Atletas e profissionais da saúde devem estar sempre atentos às normas antidoping e às orientações médicas para garantir a integridade física e a longevidade da carreira esportiva.
Fontes:
- ABCD – Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. https://www.gov.br/abcd/pt-br
- ABCD – Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. Cartão de Orientação, 2021.
https://www.gov.br/abcd/pt-br/composicao/educacao-e-prevencao/material-educativo-antidopagem-1/arquivos-material-educativo-antidopagem/guia-de-bolso-controlededopagem_05-21.pdf - Portal GOV.BR. Ministério do Esporte https://www.gov.br/esporte/pt-br
- Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Vol. 6, Nº 4 – Jul/Ago, 2000
Informações sobre o uso de medicamentos no esporte. Por Marta Goldman Feder, Jari Nóbrega Cardoso, Marlice Sípoli Marques e Eduardo Henrique De Rose.
https://www.scielo.br/j/rbme/a/fwvKQyvLZ9L5cw7Dfc5HkYm/?format=pdf - Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. https://www.medicinadoesporte.org.br/
- WADA – Agência Mundial Antidoping. https://www.wada-ama.org/en.