Migrações climáticas e seus efeitos na saúde das populações

Ao longo do tempo, temos observado que o clima no mundo está mudando, para pior. Diariamente, vemos imagens de desastres naturais nos meios de comunicação e variações climáticas extremas. Essa parece ser a resposta da natureza à poluição e ao desmatamento das áreas verdes em todos os continentes, mas nosso corpo também sente os efeitos das mudanças bruscas de temperatura.

Vários são os efeitos de como o homem tem tratado mal a natureza. Alguns deles são o aumento do nível do mar, desastres naturais, mudanças nos padrões climáticos e movimentos migratórios em função do clima. Hoje, alguns países correm o risco de submergir e desaparecer, como consequência das mudanças climáticas.

Esse é o caso de Tuvalu, pequeno território no sul da Oceania, que está a somente cinco metros do nível do mar, e pode ser encoberto pela água nas próximas décadas. Em novembro de 2023, a Austrália fechou um acordo para receber os11 mil habitante de Tuvalu, que poderão perder seu território e precisarão se deslocar muito bem breve.

Outros exemplos de migrações climáticas pelo mundo são:

– refugiados do Sudão do Sul (a partir de 2013): conflitos locais, inundações e secas forçaram milhões de pessoas a abandonar suas casas e buscar refúgio em países vizinhos.

– deslocamento por furacões no Caribe: o furacão Maria devastou Porto Rico e levou o país ao colapso de sua infraestrutura, em 2017. A tragédia resultou na grande migração da população para os EUA, impulsionada pelos danos ambientais.

– migração da população rural na Índia: grandes secas e inundações recentes forçaram muitos agricultores a sair das áreas rurais e se mudarem para as cidades, em busca de melhores oportunidades.

– refugiados climáticos em Bangladesh: o recente aumento do nível do mar e ciclones frequentes têm forçado comunidades a se deslocar para áreas mais seguras, especialmente em regiões costeiras.

No Brasil, temos visto grandes migrações do Nordeste em função do clima, desde a “grande seca” de 1932-1933. A devastação forçou muitos nordestinos a migrar para o Sudeste e outras regiões, em busca de melhores condições de vida. Atualmente, algumas comunidades costeiras em Alagoas e Pernambuco, por exemplo, também têm enfrentado o aumento do nível do mar e a erosão, levando à migração de famílias para áreas mais seguras.

Esses movimentos são consequências de mudanças climáticas, da degradação ambiental e de crises sociais, que também afetam a saúde da população. Listamos abaixo alguns efeitos, diretos e indiretos, na nossa saúde.

– o aumento da poluição do ar e de alérgenos, como pólen, pode levar a um aumento de doenças respiratórias, como asma e bronquite.

– o aquecimento global pode aumentar o número de insetos transmissores de doenças, como mosquitos, e o risco de enfermidades como dengue, malária e zika.

– o aumento das temperaturas pode agravar condições de saúde existentes, especialmente em idosos e crianças.

– eventos climáticos extremos, como furacões e inundações, podem levar a traumas e problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.

– mudanças nos padrões climáticos podem afetar a produção agrícola, levando à escassez de alimentos, à desnutrição e outras condições de saúde.

– o aumento nas temperaturas e as mudanças nas precipitações podem afetar a qualidade da água, contribuindo para a disseminação de doenças por seu consumo, como a cólera.

– fatores relacionados às mudanças climáticas, como estresse e falta de acesso a cuidados de saúde, podem agravar condições como diabetes e doenças cardíacas.

Todos os fatores acima mostram a urgência de abordar as questões climáticas globalmente. Algumas empresas têm usado a tecnologia para reduzir os efeitos da poluição e das devastações no mundo. É o caso da Tesla, que produz veículos movidos a bateria recarregável por eletricidade. Outro exemplo, é a produção de energia eólica, energia limpa e renovável, dentre outras.

Outras soluções têm sido adotadas por países mais conscientes, como por exemplo:

– uso mais eficiente de eletricidade em sistemas de aquecimento e refrigeração, iluminação, aparelhos domésticos e equipamentos eletrônicos.

– planejamento de construções que utilizem menos energia.

– fabricação de veículos com maior eficiência de combustível, adoção de carros híbridos e movidos a células de combustível.

– planejamento de cidades com sistema de transportes público mais eficiente e incentivo à mobilidade por bicicleta.

– incentivo na produção de energia renovável, como o vento e os biocombustíveis.

– captura e armazenamento do excesso de carbono emitido por usinas elétricas e atividades industriais.

Por fim, a criação de fomentos, através da venda de créditos de carbono, também tem se mostrado bastante eficaz e interessante para empresas da iniciativa privada. Os governos, porém, ainda não conseguiram definir regras claras para o tema. Felizmente, algumas iniciativas do setor privado têm obtido sucesso na redução de emissões de gases do efeito estufa. Vamos torcer para que governos e empresas se unam, cada vez mais, para frear a devastação do nosso planeta.

Fontes:

– DUARTE, Alessandro N. G.; REFUGIADOS AMBIENTAIS, DESAFIOS SOCIAIS E

PERSPECTIVAS DE PROTEÇÃO. Universidade Estadual de Londrina – Departamento

de Ciências Sociais, 2021. Monografia de Conclusão de Curso (Bacharelado).

– Portal G1: Tuvalu: conheça o país que pode ser engolido pelo mar e que tenta sobreviver como nação digital. Paula Paiva Paulo, 08 Dez 2023. https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2023/12/08/tuvalu-conheca-o-pais-que-pode-ser-engolido-pelo-mar-e-que-tenta-sobreviver-como-nacao-digital.ghtml

– Portal Gov.br: Relatórios Especiais do IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/sirene/publicacoes/relatorios-do-ipcc

– Portal da ACNUR – Agência da ONU para Refugiados. https://www.acnur.org/portugues/

– Portal das Nações Unidas sobre Migração (UN Network on Migration) https://migrationnetwork.un.org/hub/discussion-space/climate-change

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