PIPAC (Pressurized Intraperitoneal Aerosol Chemotherapy)

O peritônio é uma membrana, que reveste toda parte interna da cavidade abdominal e recobre os órgãos internos como o estômago, intestinos, fígado, bexiga e, no caso das mulheres, o útero. Essa membrana é rica em vasos do sistema linfático e funciona como um mecanismo de defesa e filtragem do organismo.

O câncer de peritônio é raro e atinge 4 a 5 pessoas para cada 100 mil. A doença é mais comum em mulheres, pois, o câncer de ovário é um grande fator de risco para a disseminação pelo peritônio. Dificilmente identificada nos estágios iniciais, a enfermidade não apresenta sintomas aparentemente claros. Quando estes se tornam aparentes, significa que a doença atingiu estágios avançados.

Os sintomas do câncer de peritônio são:
• dores abdominais
• diarreia e náuseas ou constipação
• aumento do volume e da circunferência abdominal
• aumento de fluído no abdômen (Ascite)
• perda de apetite
• ganho ou perda de peso inexplicável
• fadiga constante
• anemia
• vontade de urinar frequente;

Em Novembro de 2011 foi criado um tratamento paliativo, que atualmente tem ganhado força como uma alternativa minimamente invasiva, com quimioterapia aplicada por laparoscopia, chamado PIPAC (Pressurized Intraperitoneal Aerosol Chemotherapy). Essa técnica inovadora consiste em administrar o medicamento em forma de spray sob pressão, o que garante sua penetração profunda nos tecidos e em toda a cavidade abdominal.

Esta técnica foi utilizada pela primeira vez no Brasil, em Porto Alegre, em dezembro de 2017. Quase um ano depois, em novembro de 2018, foi realizada pela segunda vez no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. O procedimento durou cerca de três horas e envolveu 40 profissionais, liderados pelo Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião oncológico especializado em doenças do peritônio, coordenador do Centro de Carcinomatose Peritoneal.

A PIPAC tem o objetivo de controlar os sintomas do câncer de peritônio, principalmente a ascite, regressar as metástases peritoneais e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Essa é uma alternativa para pacientes que não podem se submeter a uma citorredução cirúrgica completa.

Esse, porém, ainda não é um tratamento muito acessível, em função de seu alto custo. Na rede privada, os valores da PIPAC variam entre R$ 80 e R$ 100 mil, devido ao investimento com o dispositivo, honorários médicos, despesa hospitalar e a quimioterapia.

Abaixo, mostramos uma ilustração, que resume a técnica inovadora da PIPAC.

Com bons resultados de sobrevida para pacientes oncológicos, esperamos que muito em breve essa terapia esteja disponível também pelo SUS. Toda população deve ter amplo acesso a técnicas inovadoras e seguras para o tratamento do câncer.

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